Uma entrevista histĂłrica foi realizada no mĂȘs de Setembro/2015 com o guitarrista do PEARL JAM, Mike McCready, pelo site musical chamado Alternative Nation (jornalista Brett Buchanan). Mike foi muito gentil e falou sobre a doença de Crohn (da qual ele sofre hĂĄ quase 30 anos), do estado atual da indĂșstria da mĂșsica, do trabalho com o Eddie Vedder (vocalista do PEARL JAM) na mĂșsica chamada “Given to Fly”, da saĂda da banda do baterista do PEARL JAM, o Dave Abbruzzese, das suas memĂłrias sobre o Kurt Cobain (ex-frontman do NIRVANA), da rivalidade que existia entre o NIRVANA e o PEARL JAM, e muito mais.
A entrevista completa pode ser lida no link abaixo.
http://www.alternativenation.net/interview-mike-mccready-pea…
Eu vi toda aquela grande obra de caridade que vocĂȘ fez para a fundação da doença de Crohn com o torneio de futebol americano neste final de semana passado e essa Ă© a forma que vocĂȘ lida com a doença de Crohn. Eu tenho leituras de entrevistas passadas onde vocĂȘ descreveu a dor que vocĂȘ sofre com essa doença, como por exemplo, quando vocĂȘ estĂĄ em plena performance em algum show tocando com a sua excelente guitarra. E sobre histĂłrias de como esta doença apareceu em vocĂȘ pela 1ÂȘ vez… Eu estou curioso para saber como vocĂȘ lidou com a doença de Crohn como mĂșsico em turnĂȘs com a sua banda e como foi a compreensĂŁo que os seus companheiros de banda tiveram e, basicamente, como vocĂȘ prĂłprio tem perseverado atravĂ©s dela?
Mike: Eu tenho muita sorte… Eu tive mais do que apenas alguns casos em grau leve do que a maioria das pessoas portadoras dessa doença sofrem. Os meus colegas de banda tĂȘm sido sempre favorĂĄveis a isso, sendo que nĂłs jĂĄ nos conhecĂamos quando eu descobri que era portador da doença. Como qualquer tipo de doença, vocĂȘ espera que as pessoas que estĂŁo ao seu redor irĂŁo ser solidĂĄrias com vocĂȘ em se tratando de pessoas da sua famĂlia, da banda ou do trabalho… Seja qual for a situação, estas pessoas foram solidĂĄrias comigo e sĂŁo ainda. JĂĄ que eu lido com a doença ao longo dos anos, durante as turnĂȘs Ă© apenas uma preocupação em ficar procurando o tempo todo um banheiro para mim. Ăs vezes vocĂȘ nĂŁo consegue encontrar um banheiro a tempo e quando isso acontece a coisa toda vira uma grande bagunça…, e vira uma porcaria mesmo. Ăs vezes esses grandes imprevistos acontecem no palco durante o show e Ă© uma coisa super dolorosa, cara. Mas Ă s vezes vocĂȘ pode passar por isso e eu somente sigo em frente, sabe? Eu sinto que, como eu continuo a atender mais pessoas que tĂȘm a doença de Crohn ou Colite, certamente as crianças mais jovens que tĂȘm esta doença em um grau realmente ruim eu meio que aprendo com elas vendo a forma que elas lidam com isso. Eu realmente aprendo com as pessoas que possuem esta doença hĂĄ muito tempo e como elas lidam com isso…
Mike: Por ter linhas abertas de comunicação com as pessoas que tĂȘm a doença de Crohn ou Colite, torna-se mais fĂĄcil de suportar mesmo que esta doença seja uma porcaria. Desde que eu meio que comecei a falar sobre isso a pĂșblico, eu encontrei um monte de pessoas que vieram atĂ© mim para dizer que tem tias ou tios que possuem esta doença tambĂ©m. Quando a doença se manifestou em mim pela 1ÂȘ vez quando eu tinha 21 anos no ano de 1986, ninguĂ©m sabia o que era e eu nĂŁo conhecia ninguĂ©m que tinha esta doença tambĂ©m. Agora hĂĄ o CCFA (Crohn’s Colitis Foundation of America) e eventos que acontecem ao redor dos EUA e ao redor do mundo em termos de caminhadas, corridas e campos para acampamentos que Ă© onde as crianças viajam aqui para cima no Noroeste do paĂs (Seattle), ou parabaixo do paĂs, como por exemplo, no Estado da CalifĂłrnia. Todas estas crianças possuem a doença de Crohn ou Colite e estas sĂŁo todas as coisas positivas que eu procuro enfatizar quando sou questionado pela doença, sendo que eu tenho sido assim ao longo dos Ășltimos 10 anos, sabe? Isso nĂŁo quer dizer que nĂŁo Ă© uma coisa difĂcil ou que nĂŁo Ă© uma luta…, mas Ă s vezes a vida em si jĂĄ Ă© uma luta, nĂŁo Ă©? Eu continuo seguindo em frente e eu espero que a doença nĂŁo piore.
Eu comecei a ter problemas de estĂŽmago quando eu tinha 20 anos, entĂŁo eu realmente relacionei o meu problema quando eu li a sua histĂłria. Eu sei de 01 ou 02 outras pessoas com problemas semelhantes tambĂ©m e eu percebo como Ă© difĂcil para nĂłs apenas falarmos dessa doença em pĂșblico… Ă por isso que o que vocĂȘ estĂĄ fazendo Ă© Ăłtimo…
Mike: VocĂȘ sabe sobre a situação de imediatismo que esta doença nos faz passar, a dor, o pesadelo que ocasiona…, assim como eu sofro tambĂ©m. EntĂŁo, eu reconheço esta doença no meu corpo e eu a entendo… Ă uma porcaria mesmo.