Stephen Dalton, do Times Online, conduziu em junho de 2007 uma entrevista com o vocalista do MOTÖRHEAD, Lemmy Kilmister.
Sobre a manutenção do som primário do MOTÖRHEAD, com ênfase no baixo inflexível e constante:
“Fazemos o mesmo tipo de música porque gostamos. Qual outra porra de razão existe pra se fazer música? Dentro deste invólucro, nós nos esforçamos. Nós fizemos músicas em que nós nos distanciamos dessa idéia original. Mas se você tem uma boa idéia, por que não encará-la desta forma?”
Sobre seu pai, que o abandonou pouco após seu nascimento:
“É necessário ouvir a opinião dos dois no casal para saber o que aconteceu e a única versão que eu conheço é da minha mãe. Eles eram jovens quando se casaram, no final da guerra, a coisa toda de romance de guerra. Ela provavelmente foi fisgada pelo seu uniforme e pela sua santidade, ele provavelmente foi fisgado pelas pernas e pela bunda dela. Quem vai saber?”
Sobre o reencontro com seu pai no início dos anos 70:
“Ele me ofereceu referências para me tornar um caixeiro viajante, então eu me levantei e parti. Eu nunca mais o vi. Ele está morto agora.”
Sobre ter trabalhado como roadie de Jimi Hendrix, ficando oito meses viajando no “melhor ácido (LSD) do mundo,” que na época era legal:
“Jimi era como um velhote extremamente gentil. Incrivelmente educado à moda antiga. Se uma garota entrasse no recinto, ele se levantava na hora, não importava se ela era uma puta velha ou coisa do tipo. Ele puxava as cadeiras para as garotas, abria portas para as garotas. Eu faço isso e as pessoas riem da minha cara. Não custa nada ter boas maneiras.”
Sobre ser um colecionador de antigüidades nazistas:
“Eu não sou racista de forma alguma. Eu simplesmente gosto do aspecto estético dos Nazistas. Eu gosto da ostentação, da pompa. Eu adoro uma parada. Os caras maus sempre têm os melhores uniformes.”
Sobre ser contrário ao governo, à religião e às guerras, mas a favor do direito de escolha em assuntos como o aborto:
“Viva e deixe viver é a pedra fundamental da minha vida. Eu sou essencialmente um anarquista – não dá pra se confiar em pessoas, sabia? Se você desse para todos do mundo a mesma quantidade de dinheiro amanhã, em duas semanas alguém em algum lugar estaria com a maioria desse dinheiro”.
Sobre a descoberta dos benefícios do Viagra:
“Eu ainda uso de vez em quando. Se o ‘Bráulio’ não está apontando para a beleza então ele precisa de um empurrãozinho. Qual é o problema com isso?”
Sobre sua afirmação de já ter levado cerca de 1.000 parceiras para a cama:
“As oportunidades estão rareando agora já que estou tão velho. Mas não estou reclamando, eu ainda tenho o suficiente pra continuar alegre.”
Sobre sua visão sobre o amor:
“Não dá pra alguns caras serem fiéis. Se as pessoas querem se casar e ficar na putaria, isso é desonesto. Se você vai se casar, se case e pronto. Eu nunca conheci uma garota que conseguisse me fazer parar de olhar para as outras, então não me casei”.
Sobre o fato de que ele pode nunca conhecer a Sra. Lemmy perfeita:
“Eu ainda estou procurando de uma maneira lânguida e mórbida. Mas eu provavelmente a perdi enquanto estava na estrada ou coisa parecida. Isso não mudou em 61 anos, então provavelmente não vai mudar agora.”
Sobre o fato de que ele não vê razão para parar de tocar a partir do seus sessenta anos ou mais:
[to_like]”Se você está bem como eu estou, por que não? Eu não me lembro de haver um limite de idade quando eu comecei. Não tocarás depois de 59? Foda-se isso. A única coisa que vai me parar é se eu me tornar fisicamente incapaz. Mas o que há na aposentadoria que seja possivelmente melhor do que eu tenho?”[/to_like]