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Eagles: o significado da clássica “Hotel California”

“Hotel California” é a primeira música do disco homônimo da banda norte-americana EAGLES, gravado e lançado em 1976. O álbum é um dos 15 mais vendidos da história do rock, tendo chegado a 20 milhões de cópias em 2009, segundo fontes extra-oficiais.

São muitas as interpretações do significado da mítica letra. Algumas são difíceis de engolir, como a que alardeia relações com seitas demoníacas e forças ocultas. Outras, um pouco mais plausíveis, mas ainda inconsistentes, trazem que a música diria respeito a um local da Califórnia ligado à recuperação de drogados e perturbados mentais.

Dentro do que parece a interpretação mais racional, a letra de “Hotel California” trata dos excessos e tentações ao alcance de uma banda de rock experimentando o sucesso, como o EAGLES da primeira metade dos anos 70. A fundamentação para essa linha de pensamento vem especialmente das entrevistas dos membros da banda desde 1976.

O conteúdo da música provavelmente seja uma autobiografia do estilo de vida deles. Basicamente a letra trata de materialismo e excesso. Dentro dessa visão, o “Hotel California” não seria um lugar, mas o universo de armadilhas e perdições para o fictício viajante, personagem principal da música. Uma vez dentro desse universo, a letra evidencia a dificuldade do “hóspede” para ir embora. “Você pode pedir a conta quando quiser, mas jamais poderá sair…”, salienta o último verso.

Don Henley, o compositor, afirmou em entrevista recente que “a canção é uma alegoria sobre o hedonismo e autodestruição na indústria da música no sul da Califórnia durante a década de 1970. É basicamente uma canção sobre o lado sombrio do sonho americano e sobre o excesso na América, algo que a gente sabia muito a respeito”. Glenn Frey, um dos guitarristas da banda, também afirmou que Hotel California “explora as vísceras do sucesso, o lado escuro do Paraíso, como estávamos vivendo em Los Angeles na época”.

Ao longo de toda a canção está clara a inquietação deles sobre o preço a pagar pela facilidade de alcançar algumas coisas. Fica evidente o conflito entre o aspecto convidativo das tentações e o caminho sem volta ao qual elas acabam direcionando. A letra fala em banquetes, mulheres, flores, fartura, mas tudo isso andando junto ao questionamento do narrador sobre aquilo tudo ser o paraíso ou o inferno.

Parece sintomático o desconforto do compositor com a “prisão”, no caso o “Hotel California”, onde as celebridades são encarceradas ao alcançar o topo, em relação a drogas, álcool, mulheres ou ao próprio show business. Talvez tenha sido um momento de reflexão da banda sobre o alto custo, para eles, do lado dourado da fama e do sucesso.

A música, que tem nos vocais o batera Don Henley, ganhou um Grammy de melhor canção do ano, em 1977. Mesmo advinda de um enraizamento country/folk, a banda conseguiu desenvolver em “Hotel California” um rock de primeira qualidade, com evidentes genes da corrente progressiva que dominou os anos 70. A guitarra marcante em riffs e solos by Don Felder e Joe Walsh e o final entusiasmante são duas indeléveis características para transformá-la em um clássico.

Ao longo dos anos, grandes nomes da música mundial regravaram “Hotel California”, em versões bastante distintas. Destaques para Gipsy Kings e The Killers. Entretanto, a variante mais polêmica e bem sucedida da música foi gravada pelo próprio EAGLES em 1994, em formato acústico, no bom “Hell Freezes Over”.

[to_like]Para mim, suavizar “Hotel California” foi como retirar o sal das batatas fritas, o queijo da macarronada, a lingüiça da feijoada. Respeito os que gostam da comida de hospital, mas a versão original, plugada, é muito mais roqueira e “temperada”, devendo constar no cardápio de todos os rockers de carteirinha.[/to_like]

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