Em The Magic Whip, a banda Blur volta às origens, porém de maneira amadurecida, e sem deixar de inovar. Mesmo estando hå 12 anos sem lançar um trabalho de inéditas, o quarteto não perdeu a sua criatividade genial na hora de compor.
Iniciando em “Lonesome Street”, o ritmo dançante marca a canção do inĂcio ao fim. Com uma letra simples e melĂłdica. Um refrĂŁo pop, mostrando o quanto eles ainda sabem produzir uma mĂșsica comercial sem perder a qualidade. Claramente uma releitura do âModern Life is Rubbishâ. O que dizer de uma mĂșsica que atĂ© um “Oasis” a classificou como a melhor do ano?
Em “New World Towers” possui muita influĂȘncia do novo disco solo de Damon Albarn, com destaque para o ar psicodĂ©lico que a mĂșsica passa, com suas batidas africanas. A visĂŁo de um mundo pĂłs-moderno, em reconstrução de identidade.
Na mĂșsica de trabalho “Go Out” Ă© simplesmente o Blur sendo Blur, com guitarras solos que lembram a conhecida “Coffee and Tv”, do ĂĄlbum ’13’, um tanto diferente de “Ice Cream Man”, que conta a histĂłria de um “homem-sorvete”, meio que relembra tambĂ©m a histĂłria do videoclipe da mesma “Coffee and Tv”, com a caixinha de leite. Em “Thought I Was a Spaceman” Ă© uma balada com uma certa pitada de mĂșsica eletrĂŽnica, e que poderia facilmente ter entrado na discografia solo de Damon Albarn.
“Ghost Ship” traz uma banda calma, e isso demonstra o amadurecimento da mesma com a superação das brigas do passado entre Graham Coxon e Damon Albarn. Na belĂssima faixa, “Pyongyang” trata da solitude como uma coisa boa. Em como o individualismo pode ser benĂ©fico, sem este ser egoĂsta. Bem uma crĂtica Ă ditadura coletivista da comunista CorĂ©ia do Norte, onde hĂĄ a “morte espiritual do indivĂduo”. A animada “Ong Ong” relembra as Ă©pocas animadas do ‘Parklife’. E a espetacular “Mirrorball” fecha o trabalho com uma melodia progressiva e uma letra reflexiva.