Se em alguns estilos musicais o baixo é pouco destacável, no metal é e sempre foi diferente. O instrumento é essencial para dar ritmo às músicas. Em algumas bandas, inclusive, os baixistas são protagonistas, destacando a importância da clave de fá na música pesada.
Minha tese é que o Heavy Metal mudou o baixo, o colocando como umas das principais características do estilo, e não mais como um instrumento qualquer. Baixistas viraram influências e o mundo fonográfico jamais foi o mesmo.
Para destacar esse ponto, segue uma matéria especial com 10 gênios das quatro (cinco ou seis) cordas. Desde os clássicos Geezer Butler, Cliff Burton e Steve Harris, a nomes mais novos como John Myung e Justin Chancellor. Tem realmente para todos os gostos, desde o tradicional, com passagens pelo Thrash e Prog Metal.
10 – Anthrax: “Got The Time” – Frank Bello
Um dos baixistas mais influentes no Thrash Metal é Frank Bello, um dos expoentes das cordas graves para os fãs da música pesada. No Anthrax, ele teve a chance de demonstrar todo o seu talento, com incríveis frases de baixo e muita agilidade na mão direita.
Na música do “Persistence Of Time”, Bello utiliza uma técnica única em seu Fender Jazz Bass, começando com o auxílio da palheta e depois passando a tocar com os dedos.
Mesmo simples, a introdução tem um grande destaque na música. Lembrando que a faixa trata-se de um cover de Joe Jackson, originalmente gravada em 1979.
9 – Iron Maiden: “The Clairvoyant” – Steve Harris
Se o baixo se tornou um dos ícones do Heavy Metal, muito se deve a Steve Harris. No Iron Maiden, ele sempre executou grandes linhas no seu Fender Precision, além de compor boa parte das músicas da Donzela de Ferro e ser, talvez, o baixista mais influente de todos.
Na faixa de 1988, Steve faz uma frase em ré menor, dando espaço para a entrada de Dave Murray nas guitarras. Um som característico de seu baixo, com estalos e cavalgadas que ficaram eternizadas, tanto para os fãs da música pesada quanto para os admiradores do instrumento.
8 – Megadeth: “Peace Sells” – David Ellefson
No Megadeth, praticamente todas as músicas são complexas, o que força muito a técnica de bateria e baixo. David Ellefson sempre ajudou Mustaine a levar a banda nas costas, se tornando uma grande influência no Thrash Metal por seu estilo característico de tocar com palheta.
A introdução de “Peace Sells”, sem dúvidas, é um belo exemplo de toda sua qualidade. Aliado a grande bateria de Gar Samuelson, David deixa sua marca em uma das maiores introduções de todos os tempos.
7 – Sanctuary: “Future Tense” – Jim Sheppard
No final dos anos 80, o Sanctuary lançou grandes faixas com um teor de metal tradicional aliado ao peso de vertentes mais extremas. O baixista Jim Sheppard se tornou uma grande influência para o estilo por sua pegada única nas quatro cordas de seu Fender.
Na introdução de Future Tense, do “Into The Mirror Black” de 1989, um grande dedilhado em fá sustenido executado por Jim, deixando a expectativa do que estaria por vir no restante da música. Na sequência, as guitarras e a bateria acompanham a linha do baixo.
6 – Testament: “Souls Of Black” – Greg Christian
O Testament é uma banda ícone do Thrash Metal, com clássicos que sempre ficarão na história. Um dos responsáveis por isso é o baixista Greg Christian, que deixou sua participação na banda entre 1983 e 2014. Como muitos outros, ele utiliza equipamentos da Fender.
Em “Souls Of Black”, do álbum homônimo de 1990, Greg demonstra toda sua qualidade em uma introdução única. Uma linha complexa e direta que, ao lado da bateria, soa com bastante qualidade. Sem dúvidas, um dos melhores inícios da música pesada.
5 – Dream Theater: “Panic Attack” – John Myung
Para muitos críticos da cena, esse cara é um dos maiores de todos os tempos. Com muita precisão e técnica nas seis cordas, John Myung é um baixista praticamente perfeito. Ele é filho de pais coreanos, mas nasceu em Chicago, local onde cresceu e se tornou músico.
Na faixa do “Octavarium” de 2005, um grande começo com um dedilhado maravilhoso. Mesmo com simplicidade, John demonstra todo o seu talento em seu Bongo Music Man. Uma linha clássica, com muito destaque, daquelas que não saem da cabeça do ouvinte.
4 – Toll: “Schism” – Justin Chancellor
O Tool é talvez uma das bandas mais subestimadas de todas. Apesar de toda a qualidade em seus registros, muitos julgam o som como estranho, com compassos que parecem até aleatórios. Mas as aparências enganam e uma das provas disso é o poderio do baixista Justin Chancellor.
Uma das melhores músicas da banda é Schism. A começar pela bela introdução tocada por Justin em seu Wal (uma marca exclusiva para baixos), com um teor rítmico bastante complexo, que é uma das principais características do conjunto californiano.
3 – Metallica: “For Whom The Bell Tolls” – Cliff Burton
Na música existem vários exemplos de gênios que nos deixaram, mas foram eternizados pelo seu legado. E é exatamente assim com Cliff Burton, que faleceu em 1986 e deixou a cena Heavy Metal mais de luto do que nunca.
Mesmo assim, enquanto vivo, o baixista demonstrou todo o seu Felling e sua pegada nas quatro cordas. Seu auge aconteceu no “Ride The Lightning”, onde o Metallica já havia superados seus problemas e ia de vento em polpa.
A introdução de “For Whom The Bell Tolls” é algo sublime, com Cliff quebrando tudo em seu Aria Pro II. Destaque também para a sua performance ao vivo, que é surreal.
2 – Primus: “Jerry Was a Race Car Driver” – Les Claypool
O Primus é um dos ícones do Prog Metal, com um som bastante característico. Um dos responsáveis por isso é Les Claypool, baixista e vocalista da banda de San Francisco. Provido de muita técnica em seu baixo Carl Thompsom, ele se tornou um expoente das cordas graves.
Não era para menos, afinal, o início de “Jerry Was a Race Car Diver” é fantástico, com as técnicas do Two Hands e Pizzicato sendo utilizadas ao mesmo tempo por Claypool. Como se não fosse suficiente, ele ainda consegue cantar em simultâneo.
[to_like]1 – Black Sabbath: N.I.B – Geezer Butler
Além de clássica para a cena do Heavy Metal, a música traz uma linha de baixo absurda nas mãos de Gezzer Butler. Lembro que na minha época de adolescente, todo metaleiro que soubesse tocar a introdução de N.I.B seria respeitado.
Na faixa, ele mostra todo o seu talento com o auxílio de um pedal, sendo um dos pioneiros neste artifício. No total, são 40 segundos só de baixo, algo considerado fora dos padrões da cultura de massa. Mas quem disse que o Black Sabbath ligava para isso? Ainda bem que não.
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