Gary Lee Weinrib (Toronto, 29 de julho de 1953) é um músico canadense. Ele é baixista, vocalista e tecladista da banda canadense de rock progressivo Rush.
Biografia
Ganhou o apelido “Geddy” de um amigo, aos 12 anos. Isso, porque, sua mãe, por ser judia polonesa, pronunciava seu nome com sotaque bastante carregado.
Junto com Alex Lifeson, compôs a maioria das músicas da banda (enquanto Neil Peart, tradicionalmente, se encarrega das letras). Como vocalista, caracteriza-se pelo seu timbre peculiar anasalado, mais agudo e agressivo nos primeiros discos do Rush e um pouco mais encorpado nos álbuns mais recentes.
Já como baixista é considerado um dos melhores relacionados ao instrumento. Isso porque Geddy não toca como o de costume. Ele praticamente sola o tempo inteiro. Enquanto a maioria dos seus colegas utiliza o baixo para “fazer a marcação”, Lee imprime um estilo repleto de técnica e contrapontos que tornam o instrumento vivo, com linhas cheias e pulsantes. Com isso, adiciona um contorno ainda mais peculiar ao complexo som do Rush. Sua performance virtuosa casou-se perfeitamente com o “estilo Neil Peart” de tocar bateria (repleto de velocidade e contratempos).
Em seu projeto solo intitulado sugestivamente “My Favorite Headache” (2000), Geddy deixou de lado seu virtuosismo e enveredou por um caminho mais melódico. Neste trabalho seu som ficou mais “acessível”. Na época de lançamento, o músico declarou que buscava uma outra forma de expressão, “não precisando subir e descer escalas em alta velocidade”.
Para muitos, a genialidade do “bruxo” (um de seus apelidos) é ainda mais acentuada pelo fato de tocar como poucos, ao mesmo tempo em que canta. Ou seja, Geddy tem coordenação para tirar passagens sofisticadíssimas do seu baixo enquanto está com os olhos fixos no horizonte, verbalizando as letras de sua banda (sendo que muitas vezes ainda comanda os teclados com pedaleiras). Tamanha competência lhe rendeu um trocadilho no meio musical: “God” Lee.
Geddy cita como suas principais influências os baixistas John Entwistle, Chris Squire, Jack Bruce, Greg Lake e Paul McCartney entre outros.
Instrumentos utilizados
No decorrer de sua carreira de baixista, Lee utilizou diversos modelos diferentes de baixo.
Um Fender Jazz Bass (desde o início da banda em 1968 até 1973), um Fender “Teardrop” Bass branco (um Fender Jazz Bass com formato de gota, daí o nome “teardrop”), que Geddy deixou de usar depois de problemas na ponte do instrumento. Este Fender pode ser visto atrás de Geddy no clipe de Limelight e em filmagens “bootleg”, como sua performance tocando ao vivo com o Rush o clássico The Necromancer (do álbum “Caress Of Steel” de 1975).
Um Rickenbacker 4001 (branco de escudo preto), que foi dado de presente a Alex Lifeson em 1977, e pode ser visto nos videos promocionais de Fly By Night e Anthem, estando este último presente como “Easter egg” no DVD “Rush In Rio”. Outro Rickenbacker 4001 (preto de escudo branco), ficou mais famoso por figurar nas mãos de Geddy Lee em clipes como Subdivisions, Countdown, nos vídeos de Closer To The Heart, The Trees e no Vídeo ao vivo “Exit… Stage Left” de 1981.
Um Baixo-guitarra Rickenbacker 4080 (sendo um baixo na metade superior e uma guitarra na metade inferior) preto de escudo azul-escuro também foi utilizado por Geddy Lee e pode ser visto nos clipes de Xanadu do álbum “A Farewell To Kings” de 1977, e também na performance de Xanadu no ao vivo “Exit… Stage Left”, e foi utilizado por Geddy Lee recentemente em 2007 na performance de A Passage To Bangkok do álbum “2112”, valendo lembrar que esta música foi gravada com o Rickenbacker Baixo-guitarra e que Geddy usava este modelo na performance de A Passage To Bangkok na época (tanto que Geddy Lee aparece com ele de mãos pro alto na capa do single da música).
Geddy também usou um Steinberger Série L (headless) ou sem cabeça, pois as tarrachas situavam-se na ponte do instrumento que era feito de fibra de carbono (ou Grafita-epóxi), com trastes em aço inox e barra tensora do braço em titânio, o que diminuía em muito o seu peso. Por ter um design minimalista (parecendo um pequeno retângulo que se restringia à largura do braço e dos comandos) era um baixo bem pequeno e que facilitava em muito a performance de Geddy nos palcos, pois ele precisava lidar com os teclados e sintetizadores utilizados nas músicas. Foi utilizado apenas entre 1983, em parte da turnê do álbum Signals de 1982, até 1984, aparecendo no vídeo ao vivo “Grace Under Pressure” Tour de 1984. Geddy aparece tocando este baixo apenas no clipe de Distant Early Warning, um dos quatro clipes do álbum Grace Under Pressure, pois no clipe de Afterimage Geddy Lee não toca baixo, visto este ser sintetizado, assim como na música Red Sector A do mesmo álbum.
Já nos clipes de The Enemy Within e The Body Electric, Geddy aparece tocando novamente o Rickenbacker 4001 preto de escudo branco. Geddy voltou a aparecer tocando o baixo Steinberger somente no clipe de Mystic Rhythms do álbum “Power Windows” de 1985, embora em 1985 Geddy já utilizasse em seus shows o baixo Wal preto. Os baixos Wal, da autoria de Pete Stevens, sempre foram conhecidos por seu requinte na fabricação, que utilizava somente madeiras nobres como roseira, palissandro, mogno, sequóia, carvalho entre outras madeiras nobres em seus baixos, sem contar as sofisticadíssimas aparelhagens eletrônicas e nos acabamentos folheados a ouro nos pinos das tarrachas e nas bordas e pontos dos captadores.
Lee usou o baixo Wal de 1985 até 1990 em seus shows, e aparecendo nos clipes de The Big Money (álbum “Power Windows” de 1985), Time Stand Still e Lock And Key (álbum “Hold Your Fire” de 1987), e nos clipes The Pass e Superconductor (álbum “Presto” de 1989), e no vídeo ao vivo “A Show Of Hands” de 1988.
Geddy utilizou um outro baixo Wal de mesmo modelo só que de cor vermelha no clipe de Roll The Bones do álbum de mesmo nome de 1991, voltando a utilizá-lo somente em alguns shows na época. Desde 1993 Geddy Lee tem utilizado quase exclusivamente os Fender Jazz Bass, sendo o seu preferido um Jazz Bass 1972 preto de escudo branco que também foi utilizado nos clipes Limelight e Vital Signs (álbum “Moving Pictures” de 1981) e Show Don’t Tell (álbum “Presto” de 1989) , tocando também outros fender Jazz Bass de outras combinações de cores como azul-marinho de escudo marrom madre-pérola (pode ser visto no vídeo ao vivo “Rush in Rio” de 2003).
Geddy Lee é um artista “Signature” da Fender, a qual introduziu em 1998 o “Fender Jazz Bass Geddy Lee model” em sua linha de baixos assinados. Outro fato interessante sobre Geddy Lee é que ele possui todos os baixos que já tocou ao longo de sua carreira, exceto o Rickenbacker 4001 branco de escudo preto que, como foi dito, foi dado de presente por Geddy a Alex Lifeson em 1977.