Metal: as oito maiores tretas entre músicos do gênero
Há muito tempo, têm-se dito que o conflito é a força motriz por trás do drama, literatura, cinema e outras formas de arte. Certamente, isto é verdade no mundo do metal, onde os conflitos são onipresentes. As batalhas internas entre músicos do metal não são novas, e agora chegou o momento de mostrar as oito rivalidades mais “cruéis” do gênero.
08. Kerry King vs. Robb Flynn
Desde a sua formação em 1983, o Slayer foi pioneiro em praticamente todos os formatos de metal extremo inventados até os dias de hoje. E o Machine Head certamente pode ser enquadrado como uma banda influenciada pelo Slayer.
A guerra entre os líderes das duas bandas teve início em 2001, quando Kerry King atacou o Machine Head, acusando-os de serem os precursores do “Rap-Metal”. E os ataques verbais de King duraram mais dois longos anos.
Até que Robb Flynn, vocalista do Machine Head, emitiu uma nota oficial sobre o assunto:
“Nós do Machine Head, decidimos que não falaremos nada demais sobre isso. Nós apenas pensamos, ‘Talvez ele (King) esteja apenas passando por uma fase ruim ou algo assim.’ Ele ainda estava nos atacando. Mas, novamente, decidimos não dizer nada na imprensa, porque esse cara era nosso ídolo. Tínhamos cartazes desse cara na parede dos nossos quartos. É estranho. Mas o tempo passa e ele continua nos atacando. Ele diz, ‘Quem eles pensam que estão enganado, achando que são metal, eles não têm integridade’. Bem, aí nós enlouquecemos, como ele acha que não temos integridade? Quem tem integridade afinal? A porra do Sum 41? Enfim. Seja como for. Eu superei. Mas você quer saber como eu me sinto? Esta coisa toda só me desilude. Estou decepcionado com ele.”
Depois de anos de idas e vindas, King e Flynn, finalmente enterraram o passado de mágoas e tonaram-se amigos inseparáveis desde 2007.
07. Randy Rhoads vs. Eddie Van Halen
Quando Randy ouviu Van Halen pela primeira vez, ficou absolutamente impressionado com o que Eddie fazia na guitarra.
Quando a sua banda – o Quiet Riot – tocou com o Van Halen em um show realizado em uma universidade norte-americana, no longínquo ano de 1977, Randy tomou coragem para falar com o seu ídolo, perguntando-lhe sobre suas técnicas e habilidades peculiares, algumas delas nunca antes vistas em um guitarrista. Eddie retrucou alegando que jamais revelaria seus segredos e suas técnicas à um jovem arrivista como Randy.
Durante todo o final dos anos 70, a guerra particular travada entre Eddie e Randy, tomou de assalto a Califórnia e toda cena local. Os nervos se afloraram rispidamente quando Eddie e David Lee Roth encontraram Randy e sua namorada em um estacionamento. Houve calorosas trocas de ofensas entre os envolvidos e o incidente ficou conhecido como o estopim da guerra entre dois dos maiores guitarristas de todos os tempos.
Mas a raiva que Randy passou a sentir de Eddie, o fez trabalhar mais arduamente, e o guitarrista encontrou a maneira perfeita para canalizar a sua raiva compondo riffs para o madman Ozzy Osbourne.
06. Ronnie James Dio vs. Vivian Campbell
Em meados dos anos 80, os clássicos Holy Diver e The Last in Line,trataram de colocar a carreira solo de Ronnie James Dio no rol das mais bem sucedidas do heavy metal. E o guitarrista Vivian Campbell fora peça importante nesta engrenagem, já que seus riffs e solos eram deveras requintados.
Entretanto, nem tudo são flores. Aparentemente, os compatriotas Campbell e Dio nunca se deram bem, até que a situação chegou em um ponto onde a convivência entre os dois era inverossímil.
Ao longo dos anos, palavras de ódio e rancor, de ambas as partes, foram proferidas em demasia, com Campbell chamando Dio de “uma das pessoas mais desprezíveis da indústria musical”. Campbell, inclusive, tocou músicas de Holy Diver em sua turnê com outro vocalista, alegando que ele é quem havia composto os riffs e que tinha todo o direito de tocá-los.
Este entrevero permaneceu sem solução, e mesmo após a morte de Dio em 2010, Campbell continua relutante em falar sobre o assunto.
05. Glenn Danzig vs. North Side Kings
Glenn Danzig é, sem dúvida alguma, uma lenda incontestável, cuja carreira estende-se por décadas, passando pelos mais variados gêneros e sub-gêneros do rock. O North Side Reis é uma banda de punk rock e hardcore, que também tornou-se lendária no cenário independente.
Bem, creio que o vídeo acima é capaz de dimensionar a briga que envolve as duas partes. Lá se vão mais de uma década de trocas de farpas na imprensa e fora dela. E esta guerra, esta longe de terminar.
04. Guns N ‘Roses vs. Nirvana
O Guns N’ Roses, talvez tenha sido a única banda de hard rock que não sucumbiu diante da chegada do grunge liderado por Kurt Cobain. Pelo contrário, o início dos anos 90 marcam o apogeu da banda, comercialmente falando, com videoclipes caríssimos sendo exibidos pela MTV, incontáveis prêmios sendo recebidos e a “Use Your Illusion World Tour” tornando-se uma das mais lucrativas da história do rock.
Entretanto, o mundo parecia ser pequeno demais para duas estrelas do tamanho de Axl Rose e Kurt Cobain. Era o momento de decidir quem ficaria com as armas ou com as rosas. O, muitas vezes, megalomaníaco e temperamental Axl Rose, afirmará em inúmeras entrevistas da época, que o Nirvana era uma das maiores bandas da de seu tempo e que, certamente, cravaria o seu nome na história do rock.
Bem, certamente o vocalista tinha razão. Rose era fã de Kurt e sua banda, tanto que era frequentemente visto em público com camisetas e bonés da banda de Cobain. Em uma tentativa frustrada de unir as três maiores bandas da época, Rose sugeriu ao Nirvana que se juntasse ao Guns N’ Roses e ao Metallica em uma turnê norte-americana. Cobain satirizou o pedido e disse que jamais se juntaria à “uma banda com músicos sem talento como o Guns N’ Roses”.
Foi o estopim para que Rose enlouquece-se. O vocalista queimou um boné do Nirvana em público e ao deparar-se com Cobain no “Video Music Awards” de 1992, o ameaçou de forma acintosa. A ira do líder do Guns N’ Roses, foi pavimentada por um questionamento sarcástico de Courtney Love, que teria perguntado à Axl se ele não queria ser o padrinho de Frances Bean Cobain, que havia acabado de nascer. Com o dedo em riste, Rose ordenou que Cobain fizesse a sua mulher calar a boca ou ele espancaria os dois.
Durante a premiação, Axl Rose e sua banda apresentaram-se ao lado do ícone Elton John, em uma performance de “November Rain”, enquanto o Nirvana tocou a controversa canção “Rape Me”. Após a apresentação, o baterista Dave Grohl foi ao microfone e provocou o líder do Guns N’ Roses perguntando sarcasticamente: “Oi Axl, onde está você Axl? Oi Axl. Oi Axl”.
Curiosamente, Duff Mckagan, baixista do Guns N’ Roses na época, foi a última pessoa a conversar com Kurt Cobain antes de seu suicídio. Os dois músicos de Seattle viajaram no mesmo avião e desculparam-se um com o outro pelo entrevero ocorrido entre suas respectivas bandas.
03. Van Halen vs David Lee Roth vs. Sammy Hagar
Esta briga parece que nunca terá um fim. Há apenas algumas semanas atrás, Eddie disse à imprensa que Roth “não quer ser seu amigo”, e que o atual problema da banda é que “há três pessoas que gostam de rock n’ roll e outra que gosta apenas de músicas dançantes”.
Parece que os atritos de Eddie com os seus vocalistas nunca cessará. Mas onde será que tudo começou?
Ninguém realmente sabe onde exatamente começou, mas primeiro grande atrito público foi há 30 anos atrás, logo depois do lançamento bem sucedido do excelente álbum 1984, quando Lee Roth deixou o grupo e deu lugar ao vocalista Sammy Hagar.
Décadas se passaram, e ao longo dos anos, Roth e Hagar disputaram e negociaram com o Eddie para descobrir quem seria o vocalista oficial da banda. Mas neste caminho, inúmeras farpas foram trocadas entre todas as partes envolvidas. Os dois vocalistas até tentaram realizar uma turnê conjunta em 2002 para amenizar o clima pesado entre ambos, porém, a reunião culminou em uma piora significativa no quadro de ódio entre os dois.
Cinco anos mais tarde, Roth foi oficializado no cargo e Michael Anthony uniu forças com Hagar no super-grupo Chickenfoot. O Chickenfoot encerrou as suas atividades, mas a troca de farpas entre os membros do Van Halen está longe de terminar. Resta-nos aguardar o próximo capítulo, a próxima declaração.
02. Megadeth vs. Metallica
Dispensado do Metallica em 1983, Mustaine formou o Megadeth e trilhou uma carreira bem sucedida a frente de um dos maiores grupos da história do heavy metal.
A troca de farpas entre as duas bandas duraram anos a fio, e Mustaine lembra-se do momento de sua demissão com ódio, “tudo que eu me lembro é que quando eu fui demitido, eu queria sangue, eu queria o sangue deles, eu queria ser mais rápido e mais pesado do que eles”.
Embora tenha formado uma grande banda, Mustaine nunca conseguiu alcançar o sucesso comercial do Metallica. Em contrapartida, há quem diga que Mustaine e sua banda igualaram – e até passaram – o Metallica, em termos criativos.
O ódio que Mustaine canalizou no Megadeth fez a banda ser o que é, e embora tenha se reunido com o Metallica para a Big Four e outros concertos aleatórios, esta é uma ferida que, para Mustaine, nunca cicatrizará.
01. Varg Vikernes vs. Euronymous
Qualquer pessoa quem tem o objetivo de pintar o metal como “música do diabo”, pode olhar para a cena de black metal norueguesa dos anos 80 e 90, e tentar confirmar a sua tese.
O Black Metal norueguês é frio, sombrio, ameaçador, agoniante, mortífero e prega “adoração ao Satanás”. Músicos do gênero no país já incendiaram uma infinidade de igrejas, espancaram, torturaram uns aos outros e convidaram os fãs a fazerem o mesmo.
O mais notório vilão do gênero no país é Varg Vikernes, guitarrista da banda Mayhem. Em 10 de agosto de 1993, Vikernes pegou uma faca para resolver suas diferenças com o guitarrista Euronymous, que fora esfaqueado 23 vezes, sendo duas facadas na cabeça, cinco no pescoço e outras dezesseis nas costas.
Vikernes alegou “legítima defesa”, mas foi condenado a 21 anos de prisão, dos quais cumpriu apenas 12. Durante este período, os seguidores e fãs de Vikernes, continuaram incendiando igrejas em todo o território norueguês.
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Enquanto esteve na prisão, Vikernes, compôs canções, escreveu livros e associou-se à um partido de direita, com práticas racistas, o qual mantém-se até hoje.
O músico mudou-se para a França, e em 2013 foi preso por terrorismo. Vikernes foi condenado a seis meses de sentença por promover ódio racial. Desde então, continua falando o que pensa, à espera das próximas consequências de seus atos perturbados.
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