Vocalistas: Os 10 melhores da história do rock
Partindo da premissa de que listas são normalmente polêmicas, tentarei apresentar uma argumentação plausível para justificar os músicos escolhidos.
Elaborar uma lista requer um processamento de dados relativamente simples, entretanto, dificilmente vemos alegações embasadas, fundamentadas, sólidas e convincentes acerca dos escolhidos.
Por isto, apresentarei argumentos, abordarei conceitos técnicos e, por fim, elencarei os dez melhores vocalistas da história do rock.
Confira:
10. MIKE PATTON (FAITH NO MORE)
O dono da décima colocação é um dos cantores mais versáteis da história da música. Embora não seja músico de formação clássica, capaz de ler partituras, Patton é dotado de uma habilidade outiva única e perspicaz.
O vocalista moldou a sua voz por intermédio de suas inúmeras influências musicais, que vão desde o Soul de músicos da Motown até a ópera de Pavarotti e Nicola Vaccai, passando por grupos alternativos como Living Colour e até clássicos como Queen e The Who.
O “Senhor das Mil Vozes” é conhecido pelo seu trabalho à frente do grupo alternativo FAITH NO MORE, mas o vocalista possuí inúmeros outros projetos paralelos onde apresenta toda a sua versatilidade e gama vocal privilegiada. Seu timbre pode ser classificado como barítono, sua voz têm predominância nas regiões médias e graves, e o seu alcance pode variar entre E♭1 e F♯7.
Embora nunca tenha estudado canto formalmente com um professor, Patton domina técnicas como o belting pleno (muito utilizada em teatros norte-americanos, Patton utiliza com maestria, trazendo a sua voz de peito para registros acima do normal) e voz mista, que, basicamente, é a junção da voz de peito (é a voz mais grave de um individuo, ressoa mais na cavidade torácica com a voz de cabeça até a altura da boca) e voz de cabeça (é a voz mais aguda de um individuo sem a utilização do artificio falsete, ressoa da parte de cima do nariz até as cavidades do rosto).
E é pela sua versatilidade, que o faz ter facilidade de cantar inúmeras vertentes distintas, que é de Mike Patton a décima colocação.
09. MILJENKO MATIJEVIC (STEELHEART)
Embora seja pouco conhecido no Brasil, Miljenko Matijevic possuí uma das vozes mais apuradas e técnicas da indústria fonográfica. É de Matijevic, os registros vocais mais agudos do hard rock. Mas é claro, levando-se em consideração os registros atingidos sem falsete. Se formos considerar falsetes, Jim Gillette (NITRO) é quem têm os registros vocais mais agudos do gênero. Além dos agudos onipresentes, o vocalista consegue transitar de forma formidável pela região média e até grave. Seu timbre pode ser classificado como tenor, e seu alcance pode variar entre E♭2 e B5.
Matijevic passou a frequentar aulas de canto nos anos 80, com a experiente professora Elizabeth Sabine, responsável por orientar as vozes de Michael Sweet (STRYPER), Axl Rose (GUNS N’ ROSES) e muitos outros. Entretanto, ao contrário de Rose, que praticamente não comparecia às aulas mesmo que as mesmas estivessem sendo custeadas pela gravadora Geffen Records, Sweet e Matijevic levaram as orientações de Sabine a sério, e continuam em excelente forma até os dias de hoje. Matijevic tornou-se uma figura conhecida nos Estados Unidos em 1990, com o lançamento do álbum homônimo de sua banda, o Steelheart.
Entretanto, foi em 2001 que Matijevic tornou-se mundialmente conhecido, ao “emprestar” a sua voz para o personagem Chris “Izzy” Coles (interpretado por Mark Wahlberg), do filme Rock Star. Inicialmente, o longa tinha a intenção de contar a história do Judas Priest, mais precisamente, na fase em que Tim Owens substituiu o ídolo Rob Halford. Entretanto, a direção do filme não obteve sucesso nas negociações com o Priest. Porém, manteve o enredo inicial, fazendo com que o personagem Izzy também substitui-se um ídolo no filme, na banda fictícia Steel Dragon.
Mas antes disso, em 31 de outubro de 1992, Matijevic passou por sérios apuros, quando sofreu um acidente em meio à um concerto realizado em Denver, no Colorado. O vocalista havia subido em uma coluna de suporte que não estava fixa ao chão. Quando o poste cedeu, Matijevic foi abaixo. O vocalista enfrentou o coma durante quase um ano, além de mais dois anos de fisioterapia intensiva, voltando à cantar apenas em 1996. Durante o filme Rock Star há uma cena que faz menção ao acidente de Matievic, quando o personagem Izzy sofre um acidente no palco e fica inconsciente.
O nono lugar vai para Miljenko Matijevic, vocalista que domina com maestria inúmeras técnicas vocais, dentre as quais é possível citar a máscara de voz (aqui as notas mais altas de Matijevic vibram sistematicamente nas regiões do rosto, nariz e cabeça, de forma frontal e esfenoidal, facilitando a projeção que viabiliza o alcance destas notas) e o belting (aqui, Matijevic posiciona a sua laringe um pouco acima do normal, utilizando ampla abertura vocal, o que lhe proporciona um timbre agudo e limpo).
08. BRUCE DICKINSON (IRON MAIDEN)
Bruce Dickinson possui uma das maiores vozes do Heavy Metal, de modo geral. O primeiro contato de Dickinson com o rock foi através dos Beatles. O vocalista aprendeu a tocar violão aos 10 anos de idade. Sua banda favorita é o Deep Purple, e Ian Gillan é uma de suas grandes inspirações, segundo ele próprio.
Embora nunca tenha estudado formalmente com um professor, Bruce é um vocalista extremamente técnico e versátil. Sua voz pode variar de suaves rosnados, até a sustentação de tons e notas mais altas. Além disso, sua dicção é facilmente inteligível. Ele consegue cantar as letras de forma ritmicamente intensa sem perder o ‘ligado’ e a dinâmica musical, algo que muitos cantores clássicos lutam para conseguir.
Suas performances trazem intensidade visceral e dramática, ora cantando de forma limpa, ora produzindo uma sonoridade de “irritação” que ocasionalmente colore o som de suas interpretações. O vocalista apresenta algo totalmente diferente de uma prega vocal tensionada, toda a sua laringe e garganta são manipuladas de uma forma que as faz ficarem completamente soltas e livres para responder às interpretações de Dickinson.
Entre as técnicas que mais utiliza, é possível citar o belting pleno (Voz mista com predominância da musculatura tireoaritenóidea e selamento glótico pleno) e o drive false chords (aqui Bruce canaliza o drive em suas “falsas” pregas vocais), além é claro, de sua impostação primorosa, onde o vocalista amplia as ondas de frequência por meio dos ressonadores superiores, realizada pela elevação e sustentação do palato mole com auxílio da abertura das narinas. O vocalista pode ser classificado como tenor, e têm um alcance que poder ir de A1 à B5. É de Bruce Dickinson a oitava colocação.
07. IAN GILLAN (DEEP PURPLE)
Para muitos, o timbre de Ian Gillan é uma incógnita. O vocalista já foi apontado como tenor e até barítono, tornando um pouco difícil a sua classificação real, já que em entrevistas passada Gillan já entrou em contradição, ora alegando que era barítono, ora tenor. Porém, ao levar em consideração a sua voz falada, tenho a impressão de que Gillan é barítono, embora, tenha conseguido realizar performances condizentes com um tenor em algumas oportunidades, assim como Matijevic, que embora seja tenor, há registros que chegam a soar como soprano (classificação de timbre feminino).
Gillan entrou no Deep Purple em 1969, e chamou atenção rapidamente, e devido ao poder de sua voz foi convidado à integrar o elenco do musical “Jesus Christ Superstar”, em 1972.
A voz de Gillan pode ser dividida em dois ciclos: anos 70 e 80, e anos 90 e 00.
Nos anos 70 e 80, Gillan sofria instabilidade nas zonas de passagem, além de utilizar voz de garganta em algumas oportunidades, tensionando-a demasiadamente em alguns momentos. Nos anos 90 e 00, o vocalista apresentou uma voz mais encorpada e volumosa, porém, sem quaisquer resquícios dos registros agudos onipresentes em outrora.
Ao longo dos anos, Gillan desenvolveu um bom apoio na ressonância e na faringe, o que lhe permitiu acomodar habilidades e técnicas vocais imprescindíveis para a sua performance, entre as quais podemos citar o seu “falsete de sino” (aqui Gillan apresenta um tipo de falsete raro e incomum, onde o seu músculo palatoestafilino avança consideravelmente), belting (aqui Gillan posiciona a sua laringe para cima, abrindo a boca e a voz de forma considerável) e máscara de voz (aqui Gillan projeta sua voz para cima, tirando-a da garganta), além é claro, de bom domínio no que tange a sua voz de peito e de cabeça.
06.ROB HALFORD (JUDAS PRIEST)
Comumente conhecido como “Deus do Metal”, Rob Halford é um exímio cantor, dono de uma versatilidade incalculável, que lhe permite transitar com facilidade por regiões médias, graves e agudas. Suas maiores influências são Ian Gillan, Robert Plant e Freddie Mercury.
Seu timbre pode ser classificado como baixo-tenor, e sua extensão pode variar entre C2 e C♯6. Sua marca registrada são os seus agudos penetrantes, resultado que Halford consegue atingir quando “estica” as suas pregas vocais.
Halford possui um fabuloso espectro de cores e efeitos vocais para escolher. Sua dicção é fácil de entender e seu fraseado é impecável. E é impressionante como a forma de cantar de Halford pode variar, podendo passar por tons altos e ressonantes, passando por tons baixíssimos que só um barítono ou baixo poderia alcançar.
O vocalista costuma cantar com sua laringe elevada, e seu maior problema talvez seja conseguir integrar melhor todas as suas características vocais em unidade sólida. Com esta integração ele poderia incorporar a profundidade e a ressonância de sua natural voz baixa às partes mais altas.
Halford domina técnicas como o half belting (voz mista com predominância de músculos cricotireóideos, resultando, acusticamente, em notas agudas e encorpadas, comparadas à típica voz de cabeça), drive false chords (drive manipulado nas pregas vocais falsas) e drive de epiglote (drive de natureza estrutural que é produzido pelo abaixamento parcial da cartilagem epiglote em direção ao ádito da laringe, realizado pelo músculo ariepiglótico).
05. GLENN HUGHES (DEEP PURPLE)
Glenn Hughes é um caso raro. O vocalista é como vinho, quanto mais velho, melhor canta. Talvez seja um dos pouquíssimos vocalistas da história que, hoje, canta melhor do que em sua fase áurea.
Hughes é multi-instrumentista e um cantor talentosíssimo, que domina técnicas oriundas das mais variadas esferas da música. Hughes pode cantar com tranquilidade todas as vertentes do rock, e até fora dele, como soul, folk, jazz, blues e reggae.
Seu timbre pode ser classificado como tenor, e seu alcance pode variar entre D2 e D6. Hughes possuí uma tessitura e uma extensão invejável, e sua respiração diafragmática é perfeita, graças ao trompete que aprendeu a tocar ainda quando criança.
Hughes diz que nunca estudou canto com um professor e sempre cantou de forma intuitiva. O músico cantava em um coral de sua escola, o que lhe deu uma boa base de aprimoramento para o seu talento. O vocalista tem total controle sobre sua voz de peito e de cabeça, além de dominar o belting, falsetes e de quase sempre cantar com a máscara de voz.
Ao utilizar drive, Hughes o faz por meio de drives estruturais, que são os False chords e o drive de epiglote (drive de natureza estrutural que é produzido pelo abaixamento parcial da cartilagem epiglote em direção ao ádito da laringe, realizado pelo músculo ariepiglótico).
O vocalista canta, ora com abaixamento do palato mole (efeito de estridência e nasalidade), ora com elevação do palato mole (espaçamento laringo-faringeo e enriquecimento dos harmônicos da voz).
04. DAVID COVERDALE (WHITESNAKE)
Outro grande vocalista da história do rock. Dono de trabalhos e performances primorosas, acima de qualquer suspeita. David Coverdale é barítono e seu alcance pode variar entre F1 e A5.
O vocalista começou a ter as primeiras aulas de canto em 1974, tendo concedido inúmeras entrevistas na época alegando que havia aprendido a cantar com o estômago.
E cantar com o estômago, nada mais é do que cantar com o diafragma. Apoio e sustentação devem ser itens básicos na formação de qualquer cantor que se preze, e sem trabalhar a respiração diafragmática corretamente, é impossível obter resultados satisfatórios em médio prazo. Há de se salientar que, a melhor fase da voz de Coverdale fora em 1987, época em que o vocalista já tinha quase 40 anos de idade, ou seja, sem aprimorar a respiração, o vocalista jamais teria chegado a essa idade cantando como cantava, palavras de Steve Vai, guitarrista do Whitesnake no final dos anos 80.
Coverdale fazia inúmeros vocalizes e exercícios de respiração antes dos shows. Em um deles, para garantir apoio e sustentação, o vocalista respirava tão profundamente quanto possível e empurrava seu estômago para fora, em seguida repetia o exercício de forma ainda mais profunda, e ao expirar, contava os segundos (ou minutos) o mais alto possível, mas é claro, sem berrar ou tencionar a garganta.
O vocalista é conhecido por sua habilidade na utilização dos mais variados tipos de drives, dentre os quais é possível citar o drive creaky voice (que produz um efeito de uma voz estridente e rasgada) e o drive de epiglote (que é produzido pelo abaixamento parcial da cartilagem epiglote em direção ao ádito da laringe).
Além disto, Coverdale domina com precisão técnicas como belting pleno (Voz mista com predominância de musculatura tireoaritenóidea e selamento glótico pleno, resultando, acusticamente, em notas agudas e encorpadas) e o half belting (voz mista com predominância de músculos cricotireóideos, resultando, acusticamente, em notas agudas e encorpadas, comparadas à típica voz de cabeça).
A partir dos anos 90, Coverdale apresentou um caso grave de infecção crônica e sua voz nunca mais foi a mesma. Porem, em 2004, o vocalista se submeteu a um pequeno procedimento cirúrgico chamado voicelift, processo que rejuvenesce as pregas vocais (o vocalista Steven Tyler também passou pelo mesmo procedimento nos anos 90). O resultado pôde ser visto em 2006, quando realizou uma turnê em que sua voz estava soberba.
Mas, Coverdale descuidou-se no decorrer dos anos e apresentou novos problemas em suas pregas vocais, o que, de forma alguma, denigre tudo o que já fez pela música. E é por sua voz e seu talento acima de qualquer suspeita, que considero Coverdale o quarto melhor vocalista da história do rock.
03. RONNIE JAMES DIO (BLACK SABBATH, DIO)
Ronnie James Dio é o melhor cantor de heavy metal de todos os tempos. E isto é fato (há quem discordará)!
O timbre de Ronnie James Dio é uma incógnita. Em muitas oportunidades, sua voz soa como a de um barítono, entretanto, acredito que o vocalista seja tenor, pois alcança notas muito altas (sem a utilização de falsete) para um barítono.
O vocalista desenvolveu um ótimo domínio de sua respiração diafragmática ainda muito cedo, aos 5 anos de idade, quando aprendeu a tocar trompa, instrumento dificílimo e que exige uma respiração primorosa para execução.
A voz de Dio é naturalmente ressonante, e ele canta com um “ligado” impecável, sua dicção é clara e dá pra sentir a consistência de sua vibração orgânica. Geralmente, Dio organiza seu espaço de ressonância para criar um leve rosnado, sem apresentar qualquer resistência à sua respiração. Dá pra notar o quão saudáveis eram suas performances, ele entra e sai de breve momentos de harmonia com entonação impecável, não sendo possível notar qualquer tensão em suas pregas vocais.
As performances arrebatadoras de Dio são proporcionadas por um conjunto de técnicas, e dentre elas é possível citar o drive de epiglote (este drive era a marca registrada de Dio, seu cartão de visita, sendo produzido pelo abaixamento parcial da cartilagem epiglote em direção ao ádito da laringe) e o seu domínio na utilização de sua voz mista (junção de voz de cabeça com voz de peito).
E é por essas e outras que é desse baixinho talentoso, a terceira colocação do meu ranking de melhores vocalistas da história do rock.
02. ROBERT PLANT (LED ZEPPELIN)
Robert Plant está longe de ser o vocalista mais técnico da lista. Entretanto, sem ele, talvez, todos os vocalistas já citados na lista não existiriam. Sua voz aguda e poderosa influenciou praticamente todos os vocalistas de hard rock e heavy metal que vieram depois dele.
Plant cantava com o coração, influenciado por seus cantores de blues favoritos, e imprimindo a sua própria personalidade e interpretação em suas canções. Sua gama vocal é considerável, e sua extensão e tessitura são dignas de nota.
Porém, em 1992, ao participar do tributo ao Freddie Mercury, Plant foi duramente criticado, e estes críticos alegavam que ele não tinha voz para interpretar nenhuma canção de Freddie Mercury. Mais tarde, Plant admitiu que sua performance fora desastrosa e pediu para que Brian May a retirasse do DVD oficial do concerto, a mesma só pode ser encontrada em VHS pirata ou no youtube, é claro.
Sobre as mudanças em sua voz, Plant chegou a declarar ao VH1:
Cantar é como tocar uma guitarra, quanto mais você toca, mais você se torna habilidoso, mais seus dedos se movem mais rapidamente e todo esse tipo de coisa. Minha voz mudou, mas, ocasionalmente, eu ainda posso atingir tons e notas mais altas em canções específicas, mas é claro que não dá pra fazer isto o tempo todo, não sou mais um garotinho [risos].
Até 1973, a voz de Plant era clara, limpa e cristalina. Porém, no final deste mesmo ano, o vocalista danificou seriamente suas pregas vocais, sendo preciso intervenção cirúrgica para que voltasse a cantar. É evidente que sua voz (principalmente ao vivo) nunca mais foi a mesma desde então, mas isso de forma alguma tira o brilho do vocalista que foi e é Robert Plant.
Sua voz é inconfundível, e sobre as técnicas utilizadas, é possível observar que na execução de notas agudas, Plant usufrui de sua voz mista, ora com predominância de TA (Músculo Tireoaritenoídeo) com belting pleno, ora com sinergia de TA (Músculo Tireoaritenoídeo), e CT (Músculo Cricotireóideo) na maioria das vezes com abaixamento do palato mole (voz nasalada e estridente), além do yodel de finalização em algumas oportunidades.
Porém, em algumas outras, Plant utiliza com drive laríngeo (constrição das paredes laríngeas – tecnicamente inadequado).
Com o passar dos anos, Plant adotou uma nova maneira de cantar, e quando se vê na obrigação de cantar algo do Led Zeppelin, sempre o faz em tons mais baixos.
O vocalista é peça importantíssima dentro do hard rock e do heavy metal. Sua voz é originalíssima, tendo sido emulada e até imitada por muitos cantores dos gêneros. Sem ele, provavelmente, os vocalistas desta lista não existiriam. Robert deu identidade ao gênero e tornou-se um ícone cultuado em todo o mundo. E é por essas e outras, que Robert Plant é o segundo melhor vocalista de rock de todos os tempos.
01. FREDDIE MERCURY (QUEEN)
Freddie Mercury é o vocalista definitivo do rock. O músico era performático, e podia cantar qualquer coisa. Hard Rock, Heavy Metal, Soul, Blues, Jazz, Folk, Pop, Opera, não importa a vertente ou gênero, se Mercury fosse o interprete, certamente não desapontaria.
Freddie Mercury tinha uma voz extremamente versátil, capaz de transitar, com a mesma competência, por regiões graves, médias e agudas. Por muito tempo, acreditou-se que Freddie era contratenor, ele tinha um histórico invejável, com a excelente área de 3 oitavas e uma sexta maior, incluindo seu falsete (F1 – D5) Como o falsete não conta como parte da faixa real de uma pessoa, o seu alcance real na voz plena era de três oitavas (F1 – F4).
Mas, na realidade, Freddie, segundo a cantora lírica Montserrat Caballé, era barítono, e não tenor. Sua gama mais grave (abaixo de C2) não faz parte da gama de um tenor. Freddie fora um barítono, que cantou a maior parte de sua carreira na tessitura de um tenor, principalmente nos anos 70. Normalmente mantinha sua voz entre G2 e G3.
Com o decorrer de sua carreira, Freddie permitiu-se transitar com a sua voz entre E2 e F # 3 (uma terça menor abaixo do seu recorde anterior), embora tenha demorado um pouco para chegar à esta marca confortavelmente. Freddie costumava transitar com sua voz de cabeça entre D3 e F # 3, sendo que o seu falsete, normalmente, transitava entre F3 e G3. Seu alcance vocal natural está entre F1 a D5.
A voz do Freddie pode ser dividida em três fases distintas:
– 1972 até 1974 (Predominância de falsetes e voz de cabeça)
– 1975 até 1980 (Predominância de voz mista e voz de cabeça)
– 1980 até 1991 (Predominância de voz de peito e voz mista)
Com o passar dos anos a voz de Freddie tornou-se mais encorpada e dificilmente o vocalista conseguiria cantar boa parte de suas canções (em seus tons originais) nos dias de hoje, em parte pela mudança natural que a voz humana passa ao longo dos anos, e em outra parte pelo fato de Freddie sempre ter exagerado no consumo de álcool e cigarros, fatores determinantes para deteriorar a voz a médio e longo prazo.