Guns N’ Roses: a história da saída de cada integrante
A banda norte-americana GUNS N’ ROSES sempre foi marcada por grandes shows, músicas clássicas, solos perfeitos e… troca de integrantes… Veja neste especial como ocorreu a saída de cada membro.
Steven Adler
Steven Adler enfrentava sérios problemas com drogas quando saiu do Guns. Um dos episódios que mais caracterizaram o seu problema foi quando no Farm AID IV, em 1990, a banda só pode tocar duas músicas devido às péssimas condições dele, que foi despedido em junho de 1990 durante a gravação dos “Illusions”, sob a alegação que seu contrato incluía uma cláusula que o demitiria se ele continuasse se drogando. Steven é conhecido pelos fãs como o cara que sempre pede o retorno da formação clássica do grupo.
Izzy Stradlin
Os problemas de Izzy com a banda começaram em 1989 durante a gravação dos “Illusion”, conforme revelou o guitarrista. Em dois meses a banda registrou os instrumentais, porém o vocal demorou um ano para ser gravado. Alem disso, nesse período, a banda trocou Adler por Matt, o que desagradou Izzy que, tempo depois, afirmou que essa troca transformou o Guns em uma banda de heavy metal.
E durante a turnê dos “Illusions”, Axl Rose começou a comportar-se como uma prima donna e queria controlar os rumos da banda. Izzy irritou-se com os atrasos nos shows e outros problemas. Nesse período o guitarrista estava tentando largar as drogas e a vida em turnê tornava isso quase impossível. A partir da turnê de “Use Your Illusion”, Izzy passou a viajar separado da banda para manter-se sóbrio.
Irritado com o rumo que as coisas estavam tomando, Izzy decidiu abandonar o barco em 1991. Seu último show foi no VMA de 1991, e anos depois Izzy revelou em uma entrevista o verdadeiro motivo de sua saída para a revista Hard Rock Magazine: “Após a primeira parte da turnê ‘Use Your Illusion’, Axl queria me fazer assinar um contrato que me colocava um pouco de lado, o que significava pagamento menor. Eu não conseguia acreditar. Esse contrato partia de um cara com o qual eu cresci! Nós sempre levamos o Guns N’ Roses como amigos e, grosseiramente, Axl disse para mim: ‘Agora se trata de negócios’. Por que eu deveria continuar? Onde estava a diversão? Isso foi a gota d’água, mas fatos antecedentes também me fizeram decidir pela saída: durante nosso primeiro show em Londres, jovens morreram. O que foi aquilo? Isto que é rock ‘n’ roll? É divertir-se e depois ler nos jornais de um aeroporto que pessoas morreram no seu show? É divertido tocar em estádios todas as noites e começar uma desordem em Saint Louis porque o cantor teve um ataque? Você realmente, em alguma dessas ocasiões, pontua consigo mesmo: ‘Nada disso mais é divertido’. Axl não mais cumpria bem seu papel de líder da banda. E, por outro lado, os outros encontravam-se completamente chocados”.
Apesar de tudo, em 2006 Izzy subiu ao palco com o Guns N’ Roses. Foi a primeira vez que Axl e Izzy apresentaram-se juntos em público desde 1993. A primeira aparição de Izzy nos shows do Guns aconteceu em Nova Iorque. Após isso, Izzy voltou a tocar com a banda inúmeras vezes na Europa, em músicas como “Think About You”, “Used to Love Her”, “Patience”, “Nightrain” e “Paradise City”.
Gilby Clarke
Gilby entrou no Guns em 1991 no lugar de Izzy, tocou com a banda a segunda metade da “Use Your Illusion tour” e gravou “The Spaghetti Incident”. Clarke saiu da banda em 1993 porque, segundo ele, Rose não dava importância às suas músicas. Após não receber os direitos que ele dizia serem seus, Clarke processou a banda em 1995. Clarke disse que não queria ir aos tribunais mas decidiu fazê-lo porque ninguém no GN’R retornava as suas ligações. A banda também o processou. O assunto foi resolvido com um pagamento não revelado a Clarke, e apesar disso ele voltou a ter amizade com Rose, tanto que eles fizeram um dueto em 2000.
Slash
Finalmente vamos falar da saída mais “conturbada”, do único membro que até hoje não tem um relacionamento sequer razoável com Mr. Rose. Por que será que isso ocorre? A briga toda começou no início de 1995 quando Slash mostrou a Rose algumas músicas que poderiam ser utilizadas no novo disco, mas estas não foram bem aceitas por Axl. Slash pegou essas músicas e incluiu no álbum de sua outra banda, “Slash’s Snakepit”. Em 1996 Axl, que demitiu Clarke (que era amigo de Slash) sem avisar o Mago da Cartola, colocou na banda Paul Tobias. Slash não gostou da contratação do novo guitarrista (Axl o contratou sem ao menos consultar Slash), e a discórdia entre os dois chegou ao seu auge porque o rumo que Axl queria tomar para o próximo CD não ia de acordo com as ideias de Slash. E além disso, na gravação de “Sympathy For The Devil” (cover dos Rolling Stones), Axl Rose não gostou do solo executado por Slash e pediu para que um amigo seu gravasse um outro solo por cima. Slash percebeu e se demitiu enviando um fax para a MTV avisando que não fazia mais parte da banda.
Entretanto Axl e Slash não conseguem um esquecer o outro, vivem se processando e processando a terceiros, foram inúmeros casos deste 1996. Os mais famosos são: o que Slash e ex-integrantes acusaram Axl de ter ficado com um percentual dos ingressos de direitos autorais que correspondem a eles e o mais recente, em que Axl processa a Activision por usar a imagem de Slash em “Guitar Hero 3”.
Duff Mckagan
Duff também era viciado em drogas e álcool, porém, ao contrario de outros membros, esse vício não o prejudicou tanto na banda, já que ele ficou por onze anos no GN’R. Duff, escondido da imprensa e dos fãs, foi submetido a uma cirurgia de emergência no pâncreas, o que o obrigou a parar de vez com o consumo de álcool. Em 27 de agosto de 1997 teve sua primeira filha, Grace, com Susan Holmes, O médico avisou que se o baixista bebesse uma dose de álcool poderia morrer. O que aconteceu foi que Duff criou uma síndrome do pânico, e ficou com pavor de tocar para um número grande de pessoas pois nunca havia começado um show sem antes beber algo, e juntando a saída de seus amigos ele resolveu também deixar a banda, dizendo que após Slash ter abandonado o barco não tinha clima para tocar no Guns.
Ele voltou para Seattle, onde montou um estúdio e voltou a tocar com o “Ten Minute Warning”, banda no qual ele havia participado antes da formação do Guns. Duff mantém um bom relacionamento com Axl Rose, tanto que durante a turnê “Chinese Democracy” eles tocaram juntos na O2 Arena em Londres.
Matt Sorum
Sorum entrou no Guns ‘N Roses no lugar de Adler e gravou com a banda os álbuns “Use Your Illusion I”, “Use Your Illusion II” (excluindo a faixa “Civil War”) e “The Spaghetti Incident?”, de 1994, além da “Sympathy for the Devil” e a maioria das músicas do “Live Era: ’87-’93”.
Matt foi demitido do Guns, e segundo ele sua saída não foi nada amistosa. O baterista, atualmente limpo de drogas e com 44 anos, disse que recorda dessa noite no início de 1997 como se fosse hoje. Sorum chegou no estúdio Complex, em Santa Mônica, para escutar Axl falar com Paul Tobias, o guitarrista que entrou para substituir Gilby Clarke. Quando Matt chegou, ouviu Huge falando besteiras sobre Slash e o interrompeu: “eu disse: ‘Escuta aqui seu filho da puta do caralho, vou gostar muito que não diga nenhuma merda sobre o Slash, porque ele é meu amigo’. Então Axl me enfrentou. E eu disse: Vai tocar ‘Sweet Child O’ Mine’ com os acordes de Paul Huge? Desculpa, mas não vai soar bem’. Axl me disse: ‘Eu sou Guns N’ Roses e não necessito de Slash, eu sou o GN’R’, e eu retruquei: ‘Quer saber de uma coisa – NÃO, VOCÊ NÃO É!’ Esta discussão se estendeu por 20 minutos, então Axl finalmente falou: ‘Bem, então vai renunciar?’ Eu respondi ‘NÃO, não vou renunciar merda nenhuma!!!’. Daí ele falou: ‘Bem, então você está despedido’. Paul Huge me alcançou no estacionamento, e me disse, ‘Ei, volte e desculpe-se!’, e eu respondi: ‘Yoko Ono 2!!!! Eu vou embora!’ E fui para minha casa, fui para meu palácio rock star de seis andares e dois elevadores, e um mês depois recebi a carta dos advogados de Axl confirmando minha demissão”.
Após alguns anos, Matt fez as pazes com Rose postando a seguinte mensagem em seu blog oficial: “Fui a uma festa em Chrome Hearts outra noite. Conheci Cher e Usher. Foi uma viagem para conhecer a Cher. Ela foi legal. Também vi o velho amigo Lenny Kravitz por lá. Na noite passada, eu fui para um clube e ao sair da cabine me deparei com Sean Lennon, que estava saindo, e lá dentro estava Axl Rose. Oh, meu Deus. Eu não tinha visto ele em pelo menos seis anos. Entrei e disse olá. Apertamos as mãos, e foi agradável. Mais tarde naquela noite acabei ficando em um loft em algum lugar do East Village, onde Axl estava novamente. Falamos durante algum tempo. E foi bom para limpar algumas coisas. Eu lhe disse como ele foi um grande líder quando eu estava na banda e que não tinha ressentimentos de minha parte. Depois que a festa terminou, Axl me deu uma carona até meu hotel”.
Paul Tobias
Paul Tobias entrou na banda em 1994 para ser um compositor junto com o Slash, porém no final das contas, como relatado acima, foi um dos principais responsáveis pela saida do guitarrista. Axl sempre considerou Tobias um músico de estúdio. O primeiro show de Paul com o Guns N’ Roses foi em janeiro de 2001 no House Of Blues, em Las Vegas. Paul também tocou com o grupo no Rock In Rio 3, quando foi apresentado por Axl Rose como um dos principais responsáveis pela volta da banda e que sem ele, não haveria mais Guns N’ Roses.
Tobias saiu da banda e no lugar dele entrou Fortus. Quando a banda lançou “Chinese Democracy” percebemos claramente que ele apenas deixou a banda no sentido de excursionar em turnês (Paul não gosta de tocar para grandes platéis), porém ele ainda grava guitarra e várias peças para piano e escreve canções para a banda, ou seja, tecnicamente ele permanece no Guns, mas não como integrante dos shows.
Robin Finck
Robin entrou no Guns em 1997 por indicação de Sorum, assinando um contrato de dois anos para trabalhar no “Chinese Democracy”. Ao fim do contrato, ele voltou ao Nine Inch Nails.
Finck retornou ao Guns no final de 2000, dividindo a guitarra-solo com Buckethead e tocando no Rock in Rio 2001. Finck permaneceu oito anos no Guns, participando de 118 shows, e rejeitando uma proposta de voltar para o Nine Inch Nails na turnê de “With Teeth”.
Em 2008, Finck voltou ao Nine Inch Nails, e participou das gravações do álbum “The Slip”. Em novembro do mesmo ano “Chinese Democracy” foi lançado, com Finck tocando em todas as faixas, tendo sete solos, crédito como co-autor de “Better” (lançada como single), e créditos adicionais por teclados e arranjos. Em março de 2009, o Guns N’ Roses anunciou DJ Ashba como substituto de Finck, mas declarou que o guitarrista continua a ser parte da banda por seu envolvimento em “Chinese Democracy”, ou seja, oficialmente ele ainda permanece no Guns.
Bryan Mantia
Bryan entrou no Guns por indicação do ex-guitarrista Buckethead, e tocou com a banda entre 2001 até 2006, quando no mês de junho teve que se ausentar para resolver problemas particulares e passar um tempo com sua família, já que sua esposa deu à luz uma menina em 4 de julho de 2006. Desde então não voltou a tocar com a banda, porém Mantia gravou o álbum “Chinese Democracy”, e Axl afirma que ele ainda é um membro do Guns N’Roses.
Buckethead
Buckethead fez sua estreia na banda no ano de 2001, e tocou no Rock in Rio 3, tendo deixado o grupo em março de 2004, forçando o cancelamento do show no Rock in Rio Lisboa. Notícias da época dizem que a saída dele foi por causa do longo periodo de demora para o lançamento do “Chinese Democracy”, disco pelo qual ele contribuiu tocando guitarra em quase todas as faixas e ajudando na composição das músicas “Shackler’s Revenge”, “Scraped” e “Sorry”. Buckethead mantém um bom relacionamento com Rose mesmo após a sua saída, inclusive em momentos da turnê “Chinese Democracy” Axl utilizou o famoso balde na cabeça. Além disso, na promoção que a Dr. Pepper faria caso o Guns lançasse o álbum, Axl declarou que dividiria seu refrigerante com Buckethead.