Bandas: os dois lados dos rompimentos de formações clássicas
Algo que renderia um bom bate papo certamente são as questões que envolvem os dois lados dos rompimentos de clássicas formações de bandas de rock.
Uma banda surge, atinge seu ápice, explode mundialmente, grava discos que entram nas listas de essenciais, arrebata um rebanho infinito de fãs e do nada rompe algo ao qual já estávamos severamente viciados, afeiçoados, seguidores, o que fazer quando isso quebra de certa forma?
Há casos irreversíveis, quando algum membro falece, há casos que geram rupturas entre fãs, alguém sai, a banda continua com outro substituto, o integrante que saiu monta outro projeto, há os seguidores que permanecem fieis a banda, há os que deixam de admira-la como anteriormente, há os que gostam tanto de um lado como do outro, a verdade é que sempre haverá os dois lados dessa moeda.
Tem casos em que a ruptura foi tensa e o assunto vira uma eterna polêmica, afinal, algum dia o Sepultura votará com sua formação original ou não?
A versão que carrega o nome da banda ou a posição dos irmãos Cavalera de que a imagem original deveria ser sacramentada?
É bem nítido que o SEPULTURA bate forte ainda nos corações e mentes de ambos os lados, concordam?
Axl Rose carrega a marca GUNS N’ ROSES, causou estranheza, apesar de levar a situação adiante, é fato que não produziu mais nada digno de seu passado, mas as pessoas ainda os seguem, SLASH produziu mais, não teve o mesmo impacto porque nada vai mudar a história e os tempos são outros, os demais integrantes de formações da época áurea também seguem, mas também há o lado que amplifica o status de um front man, são diferentes pesos e medidas.
Quando Bruce Dickinson saiu do IRON MAIDEN, o fervor dos fãs era tão imenso que a substituição não parou a banda, mas a volta do vocalista que foi parte crucial da guinada definitiva deles para a história do Heavy Metal foi celebrada nos quatro cantos do planeta, claro que não posso esquecer da importância de Paul, os primeiros álbuns foram marcos.
Situação similar ao MAIDEN aconteceu ao JUDAS PRIEST, não foram substituições ruins, foram discos que fazem parte de um legado, mas é nítido que as imagens do período de impacto ficam e acabam soterrando registros, infelizmente algumas histórias desses músicos que substituíram posições complicadas de encarar enfrentaram o pão que o diabo amassou tentando a sorte em seus projetos posteriores, ao usarem o cargo que um dia fizeram parte, como currículo de uma nova etapa sozinhos, é um mundo cão.
O jornalista Mick Wall recentemente mexeu em um vespeiro ao declarar que Brian Johnson não deveria levar o devido crédito no álbum de maior sucesso do AC/DC “Back in Black”, por ter sido material que ainda tinha resquícios dos últimos momentos de Bon Scott, Mick ignorou todo o restante da obra gravada pelos australianos com seu novo frontman, exagero da parte dele, óbvio, mas, claro, o cara por um lado se refere ao fato de que as coisas mudaram e ele tem sua opinião, e todos nós temos, mas cá entre nós, ver o AC/DC ao vivo continua sendo um dos maiores espetáculos da terra, outros não conseguem mais ser assim.
Outros casos também cabem nessa conversa, garçom, traz mais uma cerveja que o papo aqui vai longe, e o LED ZEPPELIN?
A morte de Bonham fez a banda ceifar sua existência, muitos anos se passaram, tentativas de um esperado retorno volta e meia vem a tona, mas talvez nunca aconteça, o RUSH por muito pouco não ceifou a si mesmo com a tragédia pessoal de seu baterista, foi uma longa pausa, uma espera que se não fosse a superação de Neil Peart, talvez não tivéssemos mais a chance de vê-los novamente, é o sangue.
Relembrando o caso do SEPULTURA me veio a mente a eterna discussão em torno da volta de Roger Waters, mas a vida segue de ambos os lados.
O caso do BLACK SABBATH é outro assunto interessante, a saída de Ozzy trouxe a fase de DIO, maravilhosa, trouxe Gillan, “Born Again’, ao meu ver é um disco sensacional, tantos outros vocalistas fizeram parte dessa história levada com punho de ferro por Tony Iommy, há discos muito bons, ao mesmo tempo que foram períodos complicados para o SABBATH, como no caso do IRON MAIDEN, o retorno de DIO e o de OZZY marcaram o mundo da música e mudaram todo gigantescamente.
Há situações em que trocar o nome da banda foi uma opção, como a BLACK STAR RIDERS, foi coerente honrar o nome do THIN LIZZY, mas disso tudo fica e eterna questão, tudo no final não se resume aos corações e mentes dos dois lados que se separaram?
Se o SEPULTURA vive falando sobre algum dia retornar sua formação original, fica a pergunta, o quanto você espera por isso?