HistĂłrico: a primeira exclusiva de Axl Rose, datada de 1989
Em abril de 1989, W. AXL ROSE concedeu uma entrevista exclusiva Ă extinta revista estadunidense especializada em hard rock e heavy metal RIP, que se tornaria uma tradição daquela publicação, e em especial, com o entrevistador designado pra tarefa, DEL JAMES, amigo pessoal de Axl e que o entrevistaria por muitas outras vezes – sempre em carĂĄter exclusivo e altamente pessoal â ao longo da carreira do frontman do GNâR.
A entrevista abaixo chegou a ser publicada em portuguĂȘs na tambĂ©m finada publicação musical brasileira BIZZ, no mĂȘs de agosto de 1989, quando foi matĂ©ria de capa. A versĂŁo que o LOKAOS publica Ă© uma releitura do texto original, com nova tradução e interpretação.
O Mundo de Acordo com W. Axl Rose
Minha relação com o Guns Nâ Roses Ă© bem prĂłxima. Eu jĂĄ fui roadie, colega de quarto, confidente, repĂłrter e um amigo para cada membro do grupo. Minha relação com Axl ainda Ă© bem chegada. Ă uma amizade, e dessa amizade vem uma confiança compartilhada. A entrevista a seguir representa a confiança de Axl em mim para relatar a verdade nĂŁo escrita sobre W. Axl Rose e o fenĂŽmeno do rock nâ roll conhecido como Guns Nâ Roses. Meu trabalho foi bem fĂĄcil: eu sĂł deixei Axl falar quase tudo.
RIP: HĂĄ muitas impressĂ”es diferentes de vocĂȘ por aĂ, tudo desde vocĂȘ ser um manĂaco-depressivo e suicida atĂ© um gĂȘnio enlouquecido pelas drogas. O que faz Axl Rose funcionar e explodir, e quem Ă© vocĂȘ exatamente?
AXL: Bem, por causa do estilo de vida do GUNS Nâ ROSES, as pessoas que nĂŁo nos conhecem tendem a ficar com medo ou intimidadas por nĂłs. Depois de levar uma vida de garotas, drogas e seja lĂĄ o que for, as pessoas pintam um certo retrato de mim. Eu jĂĄ diminuĂ tudo isso porque eu tenho outras coisas que eu tenho que fazer. Eu nĂŁo posso me drogar toda noite porque, depois de vender seis milhĂ”es de discos, os negĂłcios com os quais eu tenho que lidar sĂŁo muito mais intensos do que os da maioria das pessoas. Uma vez que vocĂȘ chega a um ponto onde vocĂȘ Ă© disco de platina ou projetado para ser disco de platina, de repente vocĂȘ estĂĄ lidando com os principais executivos de gravadoras e homens de negĂłcio e a MTV e tudo mais. VocĂȘ começa a tornar-se uma das pessoas que vocĂȘ julgava ser contra. VocĂȘ tem que trabalhar com elas. Eles te dĂŁo apoio e mandando ver, entĂŁo vocĂȘ tem que produzir. Dizer âfoda-seâ apenas por dizer Ă© como cortar sua prĂłpria garganta.
Ă difĂcil sair e fazer uma farra o tempo todo quando vocĂȘ tem que lidar com esse tipo de responsabilidades, e o GUNS Nâ ROSES tem tido que lidar com elas desde o dia em que fomos contratados. Slash provavelmente nĂŁo beberia tanto se nĂŁo fosse pelo fato de que esse Ă© o modo que ele consegue lidar com todas essas pessoas. Ele consegue beber sua garrafa calmamente e conversar. Eu, se estiver bĂȘbado, vou mandar todo mundo sair da porra da minha casa. Eu nĂŁo posso ficar chapado porque eu reajo de maneira diferente. TĂŁo logo eu fique bĂȘbado, eu me dou conta que, Quer saber, essa semana fazendo negĂłcios que passou tem sido realmente chata. Eu quero matar alguma coisa (risos).
RIP: Quando Ă© que a coisa aperta, geralmente?
[to_like]AXL: Geralmente quando estamos na estrada. Eu fico muito estressado em relação aos shows, que sĂŁo a coisa mais importante pra mim. Nada nunca dĂĄ certo pra essa banda. Slash uma vez disse que Deus nĂŁo queria que fizĂ©ssemos sucesso (risos) e eu meio que acredito nisso. Quando um entrevistador entra na sala, e eu queria estar dormindo ou eles sabem que eu nĂŁo estou muito afim, a impressĂŁo que fica Ă©, âele estĂĄ pirandoâ. Resumindo, Ă© por isso que acontece.[/to_like]